BEM VINDO

Carimbando dinheiro e pintando garrafa

O dinheiro se tornou um dos principais elementos na vida das pessoas. Passaporte para uma vida confortável, ele tem o mágico poder de realizar sonhos de consumo diversos com uma eficiência maior que o gênio da lâmpada. Assim pequenas tiras de papel recebem status de sagrado, alimentando uma sociedade em que os valores que ditam as regras são os encontrados no bolso e não na consciência.
 
Já que o dinheiro se tornou sagrado, o pecado mais profano seria então qualquer tipo de violação a esse instrumento tão “libertador”. Foi quando rasgar dinheiro se tornou “coisa de doido” e escrever nas notas mania de gente mal educada. Ainda lembro da minha aula inaugural na Ufes, onde o professor rasgou uma nota de dois reais e automaticamente me despertou do cochilo iniciado uns instantes atrás.
 
E se dinheiro fosse transformado em arte? Foi o que fez Cildo Meireles usando apenas um carimbo de borracha e quantas notas fosse possível carimbar. O artista carioca nascido em 1948 executa grandes trabalhos até hoje. Sem desvincular o cunho político da prática artística, Cildo produziu com brilhantismo importantes obras inclusive no período da ditadura militar.
 



Criticando o regime militar brasileiro por meio de notas de cruzeiro, até então impensável como suporte artístico, Cildo carimbou nas cédulas inscrições que diziam “quem matou Herzog?”. Hoje sabemos que Wladimir Herzog foi um jornalista torturado e morto por militares durante a ditadura, porém para o contexto de repressão da época a pequena provocação feita através da obra de Cildo assume dimensões gigantescas, já que os militares apontavam um suicídio como a causa de morte do jornalista.

 A importância da obra de Cildo não está somente no diálogo com diversas questões sociais. Em um período de fechamento político o artista desenvolveu propostas conceituais, tecendo até hoje uma crítica aos meios, suportes e linguagens artísticas tradicionais através de suas produções com materiais de uso popular e cotidiano.
 
Vale a pena um “passeio” mais longo pela obra e história de Cildo Meireles, um dos mais importantes artistas Brasileiros de sua geração.

Fonte: Google/Pesquisa
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